Leia o texto para responder às questões de números 01 a 08.
O número de domicílios com carro no Brasil quase dobrou
nas duas últimas décadas. Saltou de 23% para 40% do total de
moradias, ou seja, de cada mil residências, 400 têm um ou mais
veículos nas garagens. Nos Estados Unidos, há um movimento
oposto. No início dos anos 90, 5,7% dos lares não tinham automóveis,
percentual que subiu para 9,3% no ano passado e deve
chegar a 10% este ano.
As deficiências no transporte público – que recentemente
desencadearam uma onda de protestos em várias partes do país –
e o próprio desejo do brasileiro de ter um carro tendem a manter
o mercado automobilístico aquecido nos próximos anos.
Mesmo com a falta de mobilidade nas grandes cidades e o
alto custo para o consumidor manter um veículo, as montadoras
apostam em vendas de 5 milhões de unidades ao ano a partir
de 2017. No Brasil, "o carro ainda é um status e a deficiência
do transporte público é um fator que incentiva a compra." – diz
Letícia Costa, sócia da Prada Assessoria. As áreas rurais e cidades
menores são as que mais devem ampliar o volume de carros
em circulação.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores (Anfavea) afirma: "o transporte coletivo
não é nosso inimigo, ao contrário, defendemos a integração entre
as várias modalidades de transporte. O que não é correto é impedir
que as pessoas tenham carro."
O brasileiro passou a ter mais acesso ao carro novo a partir
das duas últimas décadas com a melhora da renda, queda no
desemprego e aumento do crédito. Em 1990, o Produto Interno
Bruto (PIB) per capita no Brasil era de US$ 5,3 mil. Em 2010,
estava em US$ 11,2 mil. Em igual período, a população aumentou
de 147,6 milhões para 190,7 milhões.
Os números demonstram que a demanda por carros no
Brasil ainda pode aumentar, já nos Estados Unidos, país, hoje,
com a maior penetração de veículos por habitante do mundo, não
há muito espaço para crescimento.
(O Estado de S. Paulo. 14.07.2013. Adaptado)
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