Atenção: Para responder às questões de números 01 a 10,
considere o texto abaixo.
Maias usavam sistema de água
eficiente e sustentável
Um estudo publicado recentemente mostra que a civilização
maia da América Central tinha um método sustentável de
gerenciamento da água. Esse sistema hidráulico, aperfeiçoado
por mais de mil anos, foi pesquisado por uma equipe norte-americana.
As antigas civilizações têm muito a ensinar para as novas
gerações. O caso do sistema de coleta e armazenamento
de água dos maias é um exemplo disso. Para chegar a esta
conclusão, os pesquisadores fizeram uma escavação arqueoló-
gica nas ruínas da antiga cidade de Tikal, na Guatemala.
Durante o estudo, coordenado por Vernon Scarborough,
da Universidade de Cincinnati, em Ohio, e publicado na revista
científica PNAS, foram descobertas a maior represa antiga da
área maia, a construção de uma barragem ensecadeira para fazer
a dragagem do maior reservatório de água em Tikal, a presença
de uma antiga nascente ligada ao início da colonização da
região, em torno de 600 a.C., e o uso de filtragem por areia para
limpar a água dos reservatórios.
No sistema havia também uma estação que desviava a
água para diversos reservatórios. Assim, os maias supriam a
necessidade de água da população, estimada em 80 mil em
Tikal, próximo ao ano 700, além das estimativas de mais cinco
milhões de pessoas que viviam na região das planícies
maias ao sul.
No final do século IX a área foi abandonada e os motivos
que levaram ao seu colapso ainda são questionados e debatidos
pelos pesquisadores. Para Scarborough é muito difícil
dizer o que de fato aconteceu. “Minha visão pessoal é que o
colapso envolveu diferentes fatores que convergiram de tal
modo nessa sociedade altamente bem-sucedida que agiram
como uma 'perfeita tempestade'. Nenhum fator isolado nessa
coleção poderia tê-los derrubado tão severamente", disse o pesquisador
à Folha de S. Paulo.
Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
ruína dessa sociedade, uma vez que eles dependiam muito dos
reservatórios que eram preenchidos pela chuva. É provável que
a população tenha crescido muito além da capacidade do ambiente,
levando em consideração as limitações tecnológicas da
civilização. “É importante lembrar que os maias não estão mortos.
A população agrícola que permitiu à civilização florescer
ainda é muito viva na América Central", lembra o pesquisador.
(Adaptado de Revista Dae, 21 de Junho de 2013,
www.revistadae.com.br/novosite/noticias_interna.php?id=8413)