Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões
de números 1 a 9.
Segundo o filósofo americano Michael Sandel, da Universidade
Harvard, estamos em uma época em que todas as
relações, sejam emocionais, sejam cívicas, estão tendendo a
ser tratadas pela lógica da economia de mercado. Diz ele que
passa da hora de abrir-se um amplo debate sobre o processo
que, "sem que percebamos, sem que tenhamos decidido que é
para ser assim, nos faz mudar de uma economia de mercado
para uma sociedade de mercado". Já chegamos a ela? Felizmente
ainda não, mas estamos a caminho.
A economia de mercado é o corolário da democracia no
campo das atividades produtivas. Mas o que seria uma "sociedade
de mercado"? É uma sociedade em que os valores sociais,
a vida em família, a natureza, a educação, a saúde, até os
direitos cívicos podem ser comprados e vendidos. Em resumo,
uma sociedade em que todas as relações humanas tendem a
ser mediadas apenas pelo seu aspecto econômico.
Sandel reafirma sempre que, com todos os seus defeitos,
o mercado ainda é a forma mais eficiente de organizar a
produção e de distribuir bens. Reconhece que a adoção de economias
de mercado levou a prosperidade a regiões do globo
que nunca a haviam conhecido. Enfatiza, também, que, junto a
essa economia de mercado, vem quase sempre o desenvolvimento
de instituições democráticas, ambas baseadas na liberdade.
Os riscos apontados são, segundo ele, de outra natureza.
Ele alerta para o fato de que, por ser tão eficiente na economia,
a lógica econômica está invadindo todos os outros domínios da
vida em sociedade.
(Adaptado de: Jones Rossi e Guilherme Rosa. Veja, 21 de
novembro de 2012. p. 75-77)
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