Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto
abaixo.
Segundo o escritor Victor Hugo (1802-85), a história da
Europa acompanha o Reno. O rio marca a fronteira entre a
Floresta Negra, na Alemanha, e a Alsácia, a menor região da
França. De 1871 a 1945, a Alsácia mudou de nacionalidade
cinco vezes, o que contribuiu fortemente para a formação do
dialeto alsaciano, uma mistura de alemão com francês. As
raízes da área, porém, remontam ao período dos romanos.
Estrasburgo, a bela capital da Alsácia, fica às margens
do rio Reno. Resultado de duas culturas, Estrasburgo é ao
mesmo tempo romana e pagã, francesa e católica, alemã e
protestante. Sua primeira prova de existência data de 74 d.C.;
posteriormente, a cidade recebeu o nome de Strateburgum, a
"cidade dos caminhos". O lugar funcionava como uma espécie
de posto avançado do exército romano, encarregado de evitar
que os Teutões da Germânia invadissem a Gália (França). A
influência germânica na cidade era tão forte que, já no começo
do século V, a língua alemã predominava ali. Preocupado com a
crescente adoção da religião protestante trazida pelos alemães,
o rei da França − Luis XIV, o Rei Sol − resolveu intervir em
1861, determinando que a cidade passasse a ser totalmente
francesa. Os vizinhos alemães sentiram-se incomodados,
motivo para a guerra de 1871.
Em que pese a forte resistência dos franceses, a
influência germânica impregnou a região. Entre si, os alsacianos
adotam um dialeto de origem alemã. Além disso, é comum ouvir
um alsaciano dizer que está indo para a França quando vai a
Paris. Outra curiosidade diz respeito aos nomes dos alsacianos.
A maioria adotou o nome próprio de origem francesa, mas
possui sobrenome alemão.
Por tudo isso, a Alsácia possui hoje uma forte identidade
cultural, às vezes francesa, às vezes alemã, o que torna a visita
a essa belíssima região, arduamente reconstruída depois da
destruição da II Guerra, uma experiência extremamente rica e
curiosa.
(Adaptado de http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas,
com acréscimo de trecho de Dorling Kindersley. Estradas da
França. Publifolha, 2011, p.30)
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