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147724 VUNESP (2014) - PM-SP - Aluno Oficial - CFO / História do Brasil

Certa vez, um velho Tupinambá me perguntou: “Por que vocês, mairs [franceses] e perós [portugueses], vêm de tão longe para buscar lenha? Por acaso não existem árvores na sua terra?” Respondi que sim, que tínhamos muitas, mas não daquela qualidade, e que não as queimávamos, como ele supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir. “E precisam de tanta assim?”, retrucou o velho Tupinambá. “Sim”, respondi, “pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que se possa imaginar, e um só deles compra todo o pau–brasil que possamos carregar.” “Ah!”, tornou a retrucar o selvagem. “Você me conta maravilhas.

Mas me diga: esse homem tão rico de quem você me fala, não morre?” “Sim”, disse eu, “morre como os outros”. Aqueles selvagens são grandes debatedores e gostam de ir ao fim em qualquer assunto. Por isso, o velho indígena me inquiriu outra vez: “E quando morrem os ricos, para quem fica o que deixam?” “Para seus filhos, se os têm”, respondi. “Na falta destes, para os irmãos e parentes próximos.” “Bem vejo agora que vocês, mairs, são mesmo uns grandes tolos. Sofrem tanto para cruzar o mar, suportando todas as privações e incômodos dos quais sempre falam quando aqui chegam, e trabalham dessa maneira apenas para amontoar riquezas para seus filhos ou para aqueles que vão sucedê–los? A terra que os alimenta não será por acaso suficiente para alimentar a eles? Nós também temos filhos a quem amamos.

Mas estamos certos de que, depois da nossa morte, a terra que nos nutriu nutrirá também a eles. Por isso, descansamos sem maiores preocupações.”

(BUENO, Eduardo. Pau Brasil. São Paulo: Axis Mundi, 2002)

O diálogo entre o pastor calvinista Jean de Léry (1534–1611) e o velho Tupinambá, travado em algum momento da estada de Léry no Rio de Janeiro, entre março de 1557 e janeiro de 1558, é revelador

  • a)
    da aliança entre portugueses e franceses no Atlântico sul, o que permitiu aos dois países explorarem conjuntamente as riquezas da América e, ao mesmo tempo, isolarem os espanhóis na porção mais ocidental do continente.
  • b)
    da necessidade que Portugal tinha em exigir do papado um posicionamento favorável à partilha das terras “recém–descobertas e por descobrir” apenas entre portugueses e espanhóis, o que só aconteceu no final do século XVII.
  • c)
    do permanente conflito ocorrido entre os povos nativos da América e os colonizadores europeus, que não conseguiram estabelecer nenhuma forma de diálogo com os povos indí– genas e participaram de constantes guerras de extermínio.
  • d)
    da importância econômica que o pau–brasil tinha para os europeus no início da colonização e das intensas disputas entre portugueses e franceses pelas terras da América do Sul no século XVI, há pouco descobertas pela Coroa Portuguesa.
  • e)
    da proximidade de pensamento entre os povos indígenas e os franceses, em geral mais respeitosos na relação com a natureza e com os nativos da América do que os portugueses, responsáveis por uma prática econômica predatória.

147725 VUNESP (2014) - PM-SP - Aluno Oficial - CFO / História do Brasil

A relativa liberdade de expressão que existiu entre 1964 e 1968

explica–se menos pelo caráter “envergonhado" da ditadura

e mais pela base social do golpe de Estado e pela natureza do

próprio regime por ele implantado. Tendo forte apoio nas classes

médias e produto de uma conspiração que envolveu setores

liberais (ancorados na imprensa e nos partidos conservadores),

os quatro primeiros anos dos militares no poder foram marcados

pela combinação de repressão seletiva e construção de uma

ordem institucional autoritária e centralista.

(NAPOLITANO, Marcos. 1964 História do Regime Militar Brasileiro.

São Paulo: Contexto, 2014)

Um dos marcos desse período que confirma a tese do autor é

  • a)

    a Lei de Anistia.

  • b)

    a Constituição de 1967.

  • c)

    a Lei Falcão.

  • d)

    a Emenda Dante de Oliveira.

  • e)

    a Lei do Pluripartidarismo.

147726 VUNESP (2014) - PM-SP - Aluno Oficial - CFO / Filosofia e Ética

“A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma direção estranha, continuem no entanto de bom grado menores durante toda a vida. São também as causas que explicam por que é tão fácil que os outros se constituam em tutores deles. É tão cômodo ser menor. Se tenho um livro que faz as vezes de meu entendimento, um diretor espiritual que por mim tem consciência, um médico que por mim decide a respeito de minha dieta, etc., então não preciso esforçar–me eu mesmo. Não tenho necessidade de pensar, quando posso simplesmente pagar; outros se encarregarão em meu lugar dos negócios desagradáveis”. (Immanuel Kant, Resposta à pergunta: o que é o esclarecimento? Em: Textos seletos. São Paulo: Vozes, 2005) Considerando a argumentação do autor, é correto afirmar que

  • a)
    os indivíduos seriam infelizes caso exercessem o pensamento autônomo.
  • b)
    deixar–se guiar pelas paixões é a atitude mais racional.
  • c)
    a comodidade da menoridade é um obstáculo para a emancipação.
  • d)
    a preguiça e a covardia são as causas da superstição.
  • e)
    o dinheiro possibilita se livrar de tarefas desagradáveis e atingir a maioridade.

147727 VUNESP (2014) - PM-SP - Aluno Oficial - CFO / Filosofia e Ética

Para responder à questão, leia o texto a seguir. De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, a cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil. Estima–se que mais de dois milhões de mulheres são espancadas a cada ano por maridos ou namorados, atuais ou antigos.

(BRYM, R. J. et al. Sexualidade e gênero. In: BRYM, R. J. et al. Sociologia, sua bússola para um novo mundo. São Paulo: Cengage Learning, 2008)

Sob a perspectiva sociológica, quais são as causas da violência de gênero?

  • a)
    A ideologia burguesa que conduz as mulheres à submissão às autoridades constituídas.
  • b)
    A hierarquização das relações de trabalho, que transferiu a autoridade masculina da esfera pública para a vida privada.
  • c)
    A modernização social, que conduziu homens e mulheres à banalização de todas as formas de violência.
  • d)
    A interferência do Estado na vida privada, com a criação de leis de proteção à mulher e à criança.
  • e)
    Uma concepção arraigada na sociedade de que é natural e correto que os homens dominem as mulheres.

147728 VUNESP (2014) - PM-SP - Aluno Oficial - CFO / Geografia

Leia a primeira estrofe da música de Gilberto Gil.

Criar meu web site

Fazer minha home–page

Com quantos gigabytes

Se faz uma jangada

Um barco que veleje

Um barco que veleje

Pode–se afirmar, com base no trecho da música de Gilberto Gil, que, na atualidade, o capitalismo atingiu seu período

  • a)
    comercial.
  • b)
    financeiro.
  • c)
    industrial.
  • d)
    primitivo.
  • e)
    informacional

147729 VUNESP (2014) - PM-SP - Aluno Oficial - CFO / Geografia

Observe a figura.



As capitais brasileiras se distinguem nitidamente pela configuração

de sua rede urbana, refletindo em sua densidade demográfica.

Considerando–se o processo de crescimento das capitais

brasileiras (1872/2000), pode–se afirmar corretamente que

  • a)
    Salvador exerce influência sobre a maior parte do Nordeste e centraliza os processos migratórios intrarregionais e inter–regionais.
  • b)
    São Paulo e Rio de Janeiro podem ser consideradas cidades milionárias e concentram a maior parte de sedes empresariais.
  • c)
    Cuiabá e Campo Grande funcionam como metrópoles nacionais e polarizam pequenas cidades da Amazônia Setentrional.
  • d)
    Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis apresentam–se em períodos semelhantes de crescimento e sofrem reflexo dos fluxos migratórios de agricultores do Centro–Oeste.
  • e)
    Belém apresenta–se em um processo histórico de involução metropolitana e destaca–se pela saída de mão de obra especializada para outras capitais regionais do Norte.

147730 VUNESP (2014) - PM-SP - Aluno Oficial - CFO / Linguagens e Códigos e suas Tecnologias

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A leitura da tira permite concluir que a diferença a que alude a personagem no terceiro quadrinho diz respeito

  • a)
    à parte humana que os constitui.
  • b)
    ao fato de um ser humano e o outro não.
  • c)
    à metade animal de seus corpos.
  • d)
    ao fato de um deles não amar o outro.
  • e)
    à falta de sensibilidade de sua amada.

147731 VUNESP (2014) - PM-SP - Aluno Oficial - CFO / Linguagens e Códigos e suas Tecnologias

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No trecho I, o termo peçonha significa metaforicamente

  • a)
    consequência.
  • b)
    maldade.
  • c)
    inclinação moral.
  • d)
    qualidade.
  • e)
    substância venenosa.

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Em ordem sintática direta, os versos – Ah! não, não fez o céu, gentil pastora, / para a glória de amor igual tesouro! – assumem a seguinte redação:

  • a)
    Ah! para a glória de amor igual o céu não fez tesouro, pastora gentil!
  • b)
    Ah! não fez o céu, gentil pastora, igual tesouro para a glória de amor!
  • c)
    Ah! pastora gentil, o céu não fez tesouro igual para a glória de amor!
  • d)
    Ah! o céu não fez, gentil pastora, tesouro para a glória de igual amor!
  • e)
    Ah! igual tesouro não fez o céu, para a glória de amor, gentil pastora!

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A passagem do texto que expressa sentido de causa é:

  • a)
    …poderiam perfeitamente ter nascido no Brasil.
  • b)
    …que sonham em seguir uma boa carreira.
  • c)
    Por terem nascido e viverem na Venezuela…
  • d)
    …como comprar carne em um açougue…
  • e)
    …ou expressar sua opinião pessoal…