O texto a seguir servirá de base para responder às questões desta prova.
Jogos Olímpicos Rio 2016 deixarão lições para a segurança corporativa
*Alejandro Raposo - 11 de Março de 2016 - 14h42
O projeto de segurança da informação desenvolvido para os Jogos Olímpicos Rio 2016 é,
certamente, o mais complexo já implantado na América Latina nos últimos tempos.
Primeiramente, porque tem um portfólio de produtos extremamente amplo, que de ve ser
integrado a diversas tecnologias de diferentes marcas e aspectos. Em segundo lugar, pela sua
visibilidade, já que atende o maior evento esportivo do mundo, com uma expectativa de 4,8
bilhões de espectadores, segundo seus organizadores.
Todos os projetos de segurança da informação abrangem basicamente três premissas:
processos, soluções de segurança e pessoas. A diferença é que os Jogos Olímpicos Rio 2016
têm o tamanho de uma cidade inteligente. Para se ter uma ideia, o time envolvido nas operações
será de 136,5 mil pessoas, entre funcionários diretos, indiretos e voluntários, cada um com um
nível de permissão e uma dinâmica de trabalho diferentes. Além disso, será preciso atender
milhares de atletas, profissionais de mídia e agentes de delegações que circularão durante o
evento.
Como não poderia deixar de ser, a expectativa de ataques no País também é gigante, por isso, a
preocupação com a segurança cibernética deve ser redobrada em todas as organizações do
Brasil e não somente nas entidades envolvidas com a organização dos Jogos. O Internet Security
ThreatReport 2015 (ISTR 2015), produzido pela Symantec, mostra uma média de quase um
milhão de malwares criados por dia em todo o mundo, proporção que deve seguir crescendo
exponencialmente, graças ao processo de sofisticação do cibercrime – com ataques cada vez
mais direcionados e assertivos – e à aceleração da digitalização, especialmente na América
Latina.
Dados do relatório A Nova Revolução Digital, feito pela Comissão Econômica para a América
Latina e o Caribe (Cepal), mostram que a penetração da Internet na região mais do que duplicou
entre 2006 e 2014, com crescimento passando de 20,7% para 50,1% ao ano. O cenário é
semelhante para dispositivos móveis. Entre 2010 e 2013, o número de celulares conectados à
Internet na região aumentou, em média, 77% ao ano; em 2014, já somavam 200 milhões. Em
2020, esse número deve ultrapassar os 600 milhões, o que deixará a América Latina atrás
somente da Ásia, de acordo com o documento A Economia Móvel - América Latina 2014,
produzido pelo GroupeSpeciale Mobile Association (GSMA), entidade que reúne operadoras de
telefonia móvel de todo o mundo. Esse crescimento traz, a reboque, um imenso número de novos
usuários pouco habituados ao cenário digital, que são vítimas em potencial para ameaças
virtuais, inclusive de ataques simples de engenharia social, como spam e alternativas
rudimentares.
O aprendizado com esse projeto do Rio 2016, com certeza, levará ao apri moramento das práticas
de mercado, pois as ações do Comitê Olímpico Internacional (COI) e do Comitê Organizador Rio
2016 na área de segurança da informação são extremamente bem formuladas, com técnicas e
metodologias avançadas. Os processos ocorrem dentro de um padrão e uma sequência que
devem ser respeitados, a fim de atingir o objetivo final sem grandes intempéries. Os diversos
fabricantes fornecedores trabalham de forma totalmente integrada e com base em parceria
mútua, pois a combinação perfeita das soluções determinará o resultado do projeto. Por fim, a
criação do ambiente para a disputa dos jogos deve deixar legados para a cidade -sede sob todos
os pontos de vista. O objetivo é muito claro: criar um evento no qual todos possam apreciar os
jogos e uma estrutura que, de tão eficiente, ninguém veja.
*Vice-presidente de Vendas da Symantec para América Latina