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49423 UFG (2017) - UFG - Arqueólogo / Arqueologia

A Musealização da Arqueologia

  • a)
    consiste na guarda de artefatos arqueológicos e documentação de pesquisa por museus, arquivos e outras instituições de guarda.
  • b)
    está comprometida com o estabelecimento de vínculos que aproximem os vestígios arqueológicos herdados das sociedades contemporâneas.
  • c)
    tem como principal desafio a inexistência de locais de guarda adequados para os acervos arqueológicos no Brasil.
  • d)
    tem como principal vantagem a disponibilidade no mercado de grande número de arqueólogos com formação e experiência específicas para o trabalho em museus desta natureza.

49424 UFG (2017) - UFG - Arqueólogo / Arqueologia

No que diz respeito à História e à Arqueologia do mundo antigo, pode-se afirmar o seguinte:

  • a)
    os estudiosos das sociedades pré-históricas da Europa e da América do Norte realizaram as principais contribuições na origem da Arqueologia no século XIX, como é o caso de Gordon Childe, que se baseou amplamente no difusionismo e criticou a ideia de uma Revolução Neolítica.
  • b)
    o ambiente seco e frio de determinados contextos foi a razão da conservação mais eficaz dos sítios arqueológicos, como aqueles relacionados ao Antigo Egito, ou às ruínas de Pompeia, pois a escassez de água evita o desenvolvimento de micro-organismos nocivos aos vestígios arqueológicos.
  • c)
    uma das primeiras escavações arqueológicas levou à descoberta dos Guerreiros de Xian, enterrados juntamente com o primeiro Imperador da China, em um mausoléu construído no século III a. C. Após a finalização das escavações, o sítio foi transformado em museu e hoje é reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
  • d)
    as técnicas de fotografia aérea foram impulsionadas particularmente após a Primeira Guerra Mundial e aplicadas inicialmente em sítios no Sudão, Síria e Líbano, inclusive permitindo visualizar sítios subaquáticos.

49425 UFG (2017) - UFG - Arqueólogo / Arqueologia

Ao apresentar alguns objetivos e características do Projeto Anhanguera de Arqueologia de Goiás, Dilamar Cândida Martins (1993) destaca que o referido projeto “procurou enfatizar, através de estudos e análises dos testemunhos encontrados nos diferentes sítios arqueológicos goianos, uma visão de contexto geral para se chegar, pela continuidade das atividades, à interpretação das culturas pré-históricas e históricas do Brasil” (MARTINS, 1993: 32). Para tanto, o Projeto Anhanguera envolveu:

  • a)
    o estabelecimento de “fases” e “tradições arqueológicas” e, às vezes, as correspondentes sequências de cronologias relativas, visando reconstruir o modo de vida das populações pré-históricas e históricas.
  • b)
    a cobertura integral de áreas arqueologicamente férteis, realizou prospecções e escavações por meio da abordagem de “superfícies amplas”, estudou o material arqueológico coletado em seu contexto original e se voltou para a formação de pesquisadores.
  • c)
    a cobertura amostral de áreas arqueologicamente férteis, realizou prospecções e escavações por meio da abordagem de “superfícies amplas” e estudou o material arqueológico coletado em seu contexto original, não envolvendo a formação de pesquisadores devido à falta de recursos financeiros.
  • d)
    as abordagens científicas e interdisciplinares, resultando nos primeiros dados de regiões até então pouco conhecidas do ponto de vista arqueológico no Estado de Goiás, enfatizando o cadastramento de sítios arqueológicos e a realização de coletas amostrais a partir de poços-teste

49426 UFG (2017) - UFG - Arqueólogo / Arqueologia

Um dos passos mais importantes para a compreensão da antiguidade da humanidade foi a descoberta, pelos geólogos, do princípio da estratigrafia: que os níveis ou estratos se dispõem um acima do outro, como consequência de processos que continuam atuando até o presente. Desse modo,

  • a)
    o princípio da superposição é válido para a Arqueologia, mas é de difícil representação em exposições arqueológicas e museus. Isso porque esse princípio se refere à sequência de deposição e à idade do material nos diferentes extratos, não estando associado diretamente aos fenômenos culturais de formação do registro arqueológico.
  • b)
    o princípio da superposição é válido para a Arqueologia, podendo ser representado em exposições como forma de explicar o processo de formação dos sítios arqueológicos. Contudo, deve ser ressaltado que esse princípio se refere à sequência de deposição, não à idade do material nos extratos. Nesse sentido, processos naturais também devem ser considerados na elaboração de recursos expositivos.
  • c)
    o princípio da superposição não é válido para a Arqueologia, uma vez que se refere à sequência de deposição e não à idade do material nos diferentes extratos, não estando associado diretamente aos fenômenos culturais de formação do registro arqueológico.
  • d)
    o princípio da superposição é válido para a Arqueologia, mas envolve estudos específicos que compreendem a sequência de deposição e a idade do material nos diferentes extratos, não podendo ser explicitado de forma verossímil em exposições arqueológicas, uma vez que elas devem primar por conteúdos didáticos

49427 UFG (2017) - UFG - Arqueólogo / Arqueologia

A Instrução Normativa n. 01, de 25 de março de 2015, estabelece que o Projeto Integrado de Educação Patrimonial será desenvolvido:

  • a)
    na AID e deverá conter: definição do público-alvo, objetivos, justificativa, metodologia, descrição da equipe multidisciplinar responsável, cronograma de execução e mecanismos de avaliação. A proposição desse projeto deverá compor o Relatório de Avaliação de Impacto aos Bens Culturais Tombados, Valorados e Registrados e o Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, para os empreendimentos de Nível III e IV.
  • b)
    na ADA e deverá conter: definição do público-alvo, objetivos, justificativa, metodologia, descrição da equipe multidisciplinar responsável, cronograma de execução e mecanismos de avaliação. Esse projeto deverá ser executado desde a etapa de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico e aos Bens Culturais Tombados, Valorados e Registrados.
  • c)
    na AID e deverá conter: definição do público-alvo, objetivos, justificativa, metodologia, descrição da equipe multidisciplinar responsável, cronograma de execução e mecanismos de avaliação. Esse projeto deverá ser executado em empreendimentos de todos os níveis e em todas as etapas de licenciamento.
  • d)
    na AII e deverá conter: definição do público-alvo, objetivos, justificativa, metodologia, descrição da equipe multidisciplinar responsável e cronograma de execução. A proposição desse projeto deverá compor o Relatório de Avaliação de Impacto aos Bens Culturais Tombados, Valorados e Registrados.

49428 UFG (2017) - UFG - Arqueólogo / Arqueologia

Irmhild Wust, em sua dissertação de mestrado, intitulada “Aspectos da ocupação pré-colonial em uma área do Mato Grosso de Goiás – tentativa de análise espacial” (WUST, 1983), procurou construir

  • a)
    um encaminhamento teórico-metodológico que ultrapasse a abordagem classificatória-descritiva, ao conceber a Arqueologia como uma disciplina da Antropologia e enfocar os processos culturais por meio de uma análise espacial e da aplicação cautelosa da “analogia etnográfica”.
  • b)
    um encaminhamento teórico-metodológico voltado à compreensão das rotas de migração dos povos pré- históricos no Estado de Goiás, por meio da identificação de artefatos tipo no contexto espacial.
  • c)
    uma pesquisa classificatória-descritiva, considerada como etapa necessária e preliminar a uma pesquisa espacial marcadamente histórico-cultural, visando estabelecer fases e tradições arqueológicas.
  • d)
    uma pesquisa em que a Arqueologia, como uma disciplina da Antropologia, buscasse compreender os processos culturais de grupos pré-coloniais, sem recorrer a nenhuma “analogia etnográfica”, vista pela autora como um elemento limitador da interpretação arqueológica.

49429 UFG (2017) - UFG - Arqueólogo / Arqueologia

A Arqueologia Processual pode ser sintetizada com base nos seguintes conceitos-chave:

  • a)
    natureza explicativa da Arqueologia, por meio da compreensão do processo cultural e das mudanças nos sistemas econômicos e sociais; procedimento de pesquisa caracterizado por formular hipóteses, elaborar modelos e deduzir consequências; e enfoque quantitativo frente a um enfoque meramente qualitativo.
  • b)
    natureza interpretativa da Arqueologia, por meio de uma explicação histórica; procedimento de pesquisa caracterizado por formular hipóteses, elaborar modelos e induzir explicações; enfoque quantitativo frente a um enfoque meramente qualitativo.
  • c)
    natureza explicativa da Arqueologia, por meio da compreensão do processo cultural, de como haviam ocorrido as mudanças nos sistemas econômicos e sociais; procedimento de pesquisa qualitativo, visando construir generalizações acerca do passado.
  • d)
    natureza interpretativa da Arqueologia, por meio da compreensão da mudança nos sistemas econômicos e sociais; procedimento de pesquisa indutivo, visando reconstruir o passado por meio de métodos qualitativos e quantitativos, com ênfase nos qualitativos.

49430 UFG (2017) - UFG - Arqueólogo / Arqueologia

A respeito da trajetória da normatização referente ao patrimônio arqueológico,

  • a)
    o direito de acesso deve ser assegurado a qualquer cidadão e em qualquer momento, mediante solicitação simples, aos acervos depositados em museus e instituições de guarda.
  • b)
    a proteção do patrimônio arqueológico, no Brasil, é praticamente inexistente em relação à legislação de outros países.
  • c)
    a Lei n. 3.924, de 1961, estabeleceu distinções entre a pesquisa arqueológica profissional e as práticas amadoras.
  • d)
    a Lei n. 3.924, de 1961, assegurou a preservação do patrimônio arqueológico brasileiro em sua diversidade, fossem os sítios arqueológicos monumentais ou não, em áreas rurais ou urbanas, referentes à Arqueologia histórica ou à pré-colonial, indistintamente

55253 UFG (2017) - UFG - Arqueólogo / Arqueologia

O estudo de indústrias líticas, quando voltado ao exame da

sucessão de gestos técnicos envolvidos na produção e no

uso dos artefatos, pode englobar a análise das denominadas

Unidades Tecno-Funcionais (UTFs). A figura a seguir

mostra um instrumento lítico confeccionado em arenito

silicificado, recuperado no nível arqueológico 16 do abrigo

GO-JA-01, escavado por Pedro I. Schmitz na região de

Serranópolis, sudoeste de Goiás.

As UTFs representadas na peça são:

  • a)
    elementos morfológicos, cuja organização, no âmbito da cadeia operatória de produção do instrumento, evidencia a função do instrumento.
  • b)
    elementos técnicos (ângulos, superfícies, fios) que estão parcialmente relacionados à função desejada para o instrumento (preensão e transformação).
  • c)
    elementos funcionais do instrumento (preensão, transformação, recepção de energia). Nesse sentido, o objeto apresenta diferentes eixos funcionais baseado em morfologias semelhantes.
  • d)
    elementos técnicos (ângulos, superfícies, fios) que contribuem para o cumprimento da função desejada para o instrumento (preensão, transformação, recepção de energia).

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Diego Lemos Ribeiro (2014) analisa alguns museus de Arqueologia no Brasil e afirma:

  • a)
    os simpósios “Futuro dos Acervos” (SAB 2007), e “Musealização da Arqueologia desafios contemporâneos” (SAB 2009), entre outros, além da atuação da rede de Museus e Acervos de Arqueologia e Etnologia (REMAAE), criada em 2008, podem ser destacados como momentos fundamentais do debate na zona de interseção entre Arqueologia e Museologia.
  • b)
    a musealização da Arqueologia já equacionou o impacto gerado pela incorporação de novas coleções nos museus, pois institucionalmente também se expandem os espaços físicos, infraestrutura e recursos humanos.
  • c)
    os museus, considerados alternativas à destruição do patrimônio arqueológico por pesquisas mal conduzidas e degradação dos sítios por ação antrópica e biológica, seriam uma espécie de ‘oásis’ dentro dosquais os acervos estão garantidos e chegarão sem risco às futuras gerações.
  • d)
    o Museu Arqueológico do Sambaqui de Joinville (MASJ) e o Museu de Arqueologia de Xingó (MAX), instituições analisadas mais profundamente no artigo, possuem equilíbrio entre o quantitativo de coleções e as ações para seu processamento e pesquisa.